sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O ganho bestial dos bancos (Valdo Cruz)

da Folha Online

Depois da pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, eles decidiram diminuir suas taxas. A queda, contudo, foi pequena e está longe de ser a desejada pelo Palácio do Planalto.

As informações são de Valdo Cruz, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha. Ouça outros podcasts com a participação do jornalista.

"Lula e seus ministros querem uma forte redução na parcela que os bancos ganham --e ganham muito-- para fazer empréstimos às empresas e pessoas físicas. Dentro do Planalto, esse é ganho é chamado de bestial: o ganho bestial dos bancos", explica.

O colunista diz que mesmo depois da tímida redução feita pelos bancos, a ordem no Planalto é transformar o tema na "grande batalha" de 2009, em nome de baratear o custo de empréstimos para estimular as empresas a investirem e as pessoas a consumirem.

"É a fórmula do presidente Lula para tentar evitar que a economia caia muito no próximo ano. Tem ministro de Lula falando inclusive numa cruzada contra este tipo de ganho", relata.

Segundo Cruz, há anos o assunto é comentado em Brasília e até hoje nada aconteceu. "Vamos esperar para conferir se desta vez as coisas mudam um pouquinho. Porque não bastava a taxa Selic do Banco Central de 13,75% ao ano, a cobrada pelos bancos é muito maior, tornando para algumas empresas a obtenção de empréstimos um verdadeiro suicídio", afirma o jornalista.

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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Juros bancários sobem para maior nível em cinco anos, aponta Procon-SP

da Folha Online

Os custos das linhas de crédito "empréstimo pessoal" e "cheque especial" aumentaram nos principais bancos do país em novembro, constatou pesquisa da Fundação Procon-SP. A taxa média para empréstimo pessoal aumentou de 6,04% ao mês para 6,15% entre o início de outubro e o dia 4 de novembro.

Já a taxa média para a linha de cheque especial aumentou de 8,96%, detectada na pesquisa de outubro, para 9,24% em novembro, o maior juro desde julho de 2003.

A contração do crédito e a falta de liquidez (dinheiro em circulação), bem como o custo mais elevado do dinheiro, são os principais reflexos da crise financeira no Brasil. Nesse sentido, o Banco Central tem realizado uma série de mudanças no compulsório para injetar mais dinheiro na economia e normalizar a situação da concessão de crédito.

Dentre os dez bancos pesquisados, cinco aumentaram suas taxas praticadas na linha de empréstimo pessoal: Bradesco, Itaú, Real, Santander e HSBC. A maior taxa foi verificada no banco Real (8,15%) enquanto a menor (4,49%) na Caixa Econômica Federal.

Já na linha de cheque especial, sete bancos reajustaram suas taxas: Bradesco, Real, Safra, Santander, HSBC, Unibanco e Itaú. A maior taxa praticada foi registrada no banco Safra (12,30%) enquanto a menor (7,98%) foi encontrada na Caixa Econômica Federal.

No levantamento do Procon-SP, os pesquisadores estabeleceram como critério linhas de empréstimo pessoal com prazo de 12 meses a taxas pré-fixadas para clientes não-preferenciais. No caso das linhas de cheque especial, foi considerado um prazo de 30 dias.

Os bancos pesquisados foram: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Safra, Santander e Unibanco.

Em sua última reunião (dias 28 e 29 de outubro), o Copom (Comitê de Política Econômica do Banco Central) decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. A próxima reunião está prevista para o início de dezembro. Analistas do mercado financeiro consideram que o Comitê deve manter a taxa no final de ano.

A taxa básica serve de referência para os juros praticados no sistema bancário, tanto nas linhas para pessoa física quanto pessoa jurídica.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Itaú e Unibanco anunciam fusão e criam maior grupo financeiro do Hemisfério Sul

A Itaúsa --empresa de participações do grupo Itaú-- e o Unibanco anunciaram nesta segunda-feira que irão fundir as operações financeiras entre ambas, o que formará o maior banco privado do país.

"Os controladores da Itaúsa e da Unibanco Holdings comunicam ao mercado que assinaram nesta data contrato de associação visando à unificação das operações financeiras do Itaú e do Unibanco de modo a formar o maior conglomerado financeiro privado do Hemisfério Sul, cujo valor de mercado fará com que ele fique situado entre os 20 maiores do mundo. Trata-se de uma instituição financeira com a capacidade de competir no cenário internacional com os grandes bancos mundiais", informaram as duas empresas em comunicado ao mercado.

Segundo as duas instituições, o total de ativos combinado é de mais de R$ 575 bilhões --contra R$ 403,5 bilhões do Banco do Brasil, e R$ 348,4 bilhões do Bradesco, segundo dados de junho do Banco Central.

Em comunicado, as instituições informaram que a fusão é resultado de 15 meses de negociação e de "uma forte identidade de valores e visão convergente de futuro".

A presidência do Conselho de Administração ficará a cargo de Pedro Moreira Salles e o Presidente Executivo será Roberto Egydio Setubal.

"Esta operação surge em momento de grandes mudanças e oportunidades no mundo, particularmente no setor financeiro. O novo banco consolida-se em um cenário que encontra o Brasil e o seu sistema financeiro em situação privilegiada, com enormes possibilidades de melhorar ainda mais a sua posição relativa no cenário global", informam.

Conforme as empresas, "nada muda operacionalmente neste momento" para os clientes do Itaú e do Unibanco. "Todos continuarão a utilizar normalmente os diferentes canais de atendimento, cheques, cartões e demais produtos e serviços."

Segundo o acordo firmado entre as duas partes, os acionistas do Unibanco migração para uma nova companhia que se chamará Itaú Unibanco Holding Financeira, cujo controle "será compartilhado, entre a Itaúsa e os controladores da Unibanco Holdings, por meio de holding não financeira a ser criada no âmbito da reorganização."

As ações ordinárias do Unibanco e da Unibanco Holdings serão substituídas por ações ordinárias da Itaú Unibanco Holding. Cada 1,1797 ação das duas empresas virará 1 ação da Itaú Unibanco Holding. Já cada 1,7391 ação Unit do Unibanco passará a valer 1 ação preferencial. Por sua vez, cada 3,4782 ações preferenciais do Unibanco e da Unibanco Holdings valerão 1 preferencial da nova empresa.