terça-feira, 24 de junho de 2008

Juros do cheque especial corresponde a um "assalto" legalisado

Juros do cheque especial sobem para 157,1% ao ano em maio

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil


Brasília - Os juros cobrados pelo uso do cheque especial continuam em alta. Em maio chegaram a 157,1% ao ano, contra os 152,7% ao ano registrados no mês anterior. O aumento foi de 4,4 pontos percentuais de um mês para o outro e no ano foi de 19 pontos percentuais. Os dados foram divulgados hoje (24) pelo Banco Central.

A taxa média de juros (pessoas físicas e jurídicas) passou de 37,4% ao ano, em abril, para 37,6 % ao ano em maio. Nos 12 meses fechados em maio, a taxa média subiu 0,4%. No ano, a alta é de 3,8%.

No caso das operações destinadas apenas a pessoas físicas, a taxa média caiu de 47,7% em abril para 47,4% ao ano no mês passado. A taxa média de juros anuais para empresas (pessoa jurídica) foi de 26,9% em maio, maior do que os 26,3% de abril.

Os juros anuais do crédito pessoal, que inclui operações com desconto em folha de pagamento, passaram de 50,6% em abril para 48,4% em maio. Na aquisição de veículos, a taxa subiu de 29,8% ao ano para 30,6% ao ano.

O spread, diferença entre o que os bancos pagam nos investimentos (captação) e o que cobram na concessão do empréstimo (financiamentos) ficou em 14,5 pontos percentuais para empresas, 33,5 pontos percentuais para pessoas físicas e 24,5 pontos percentuais no total. Boa parte do lucro dos bancos vem do spread. Em 12 meses encerrados em maio, o spread para as empresas subiu 1,7%, para as famílias houve redução de 4%, e no total foi registrada redução de 1,5%.
A taxa de inadimplência geral, considerados atrasos superiores a 90 dias, manteve-se em 4,2%. Em maio, a inadimplência de pessoas jurídicas permaneceu em 1,8% e das pessoas físicas subiu de 7,1% para 7,3%.

O volume de crédito do Sistema Financeiro Nacional chegou a R$ 1,044 trilhão em maio, o que equivale a 36,5% da soma de bens e serviços produzidos no país, o Produto Interno Bruto (PIB). No mês anterior, esse percentual ficou em 36,2% do PIB.

O prazo médio dos financiamentos para as empresas chegou a 299 dias corridos, um a mais do que o registrado em abril. Para as famílias, o prazo médio permaneceu em 457 dias corridos.