Juros bancários atingem maior patamar desde janeiro de 2007, diz BC
EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília
Os juros cobrados pelos bancos subiram nas principais modalidades de crédito para pessoa física no mês de julho. No mês passado, a taxa média, que engloba por exemplo cheque especial, empréstimo pessoal e aquisições de veículos, foi de 49,1% para 51,4%, ficando no maior patamar desde janeiro de 2007.
Segundo a pesquisa mensal de juros do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, no cheque especial a taxa foi de 159,1% para 162,7% entre junho e julho. Assim como no mês passado, trata-se da maior taxa desde agosto de 2003, quando era de 163,9% ao ano. O recorde é de 294% ao ano, registrado em julho de 1994.
No empréstimo pessoal, a taxa subiu de 51,4% para 53,6% ao ano. Na aquisição de veículos, passou de 31,1% para 33,5% ao ano.
Parte desse movimento se deve ao aumento da taxa básica de juros, que começou o ano em 11,25% e chegou a 13% ao ano na semana passada. Outra parte se deve ao spread bancário (a diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes).
No geral o spread para pessoa física foi de 34,7 pp para 36,6 pp. Do aumento de 2,3 ponto percentual nos juros para pessoa física no mês, 1,9 ponto percentual se refere ao spread e 0,4 ponto ao aumento dos juros.
Em relação à inadimplência (superior a 90 dias) para pessoa física, a taxa subiu 0,3 ponto percentual, de 7% de 7,3%.
Empresas
Os juros das empresas apresentaram alta no mês de julho, de 26,6% ao ano para 27,5%. A taxa geral (pessoa física + jurídica) passou de 38% para 39,4% ao ano.
Houve leve alta do spread bancário para pessoa jurídica, de 0,6 ponto percentual, de 13,9 pontos para 14,5 pontos. O spread geral (considerando também o crédito pessoa física) passou de 24,5 pontos percentuais para 25,6 pp.
A inadimplência da pessoa jurídica ficou estável em 1,7%.
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